ANTIBIÓTICOS

23/12/2011 16:01

 

Evitando os Antibióticos
 
O uso indiscriminado de antibióticos na cria de pássaros e principalmente na época de cria é algo quase que 
 
alarmante. Muitos criadores os utilizam de forma sistemática e rotineira, com o objetivo de "bloquear" a entrada 
 
de germes patogênicos que possam causar baixas principalmente nos filhotes. Outros, quando aparece alguma 
 
mortandade, recorrem imediatamente a um antibiótico para tentar erradicar o mal. Recorre-se portanto ao 
 
último recurso, sem o auxilio de algum profissional da área sem antes ter se tentado exaustivamente outros 
 
métodos preventivos de significativa importância. A intenção é das melhores. Evitar a mortandade, proteger a 
 
saúde dos planteis e desta forma aumentar a produção. A grande pergunta quando chegamos a este ponto, é: 
 
será que quando lançamos mão do último recurso (o uso de antibióticos) já fizemos efetivamente tudo que 
 
estava ao nosso alcance para evitar que a doença se instalasse? Será que o simples fornecimento de antibióticos 
 
via oral poderá definitivamente "varrer" o germe instalado? Desejo antes de mais nada, esclarecer que  estas 
 
reflexões não tem o menor intuito de invadir o campo veterinário, mas simplesmente analisar do ponto de vista 
 
do nosso manejo qual seria o melhor caminho para que nós criadores pudéssemos atingir um nível mais elevado 
 
de sanidade e produtividade. 
 
A nossa proposta consiste em utilizar todos os meios possíveis ao nosso alcance para prevenir a entrada de 
 
germes patogênicos na criação e deixar o uso de antibióticos como sendo o último recurso a ser utilizado e 
 
dentro do possível, com a ajuda de um médico veterinário especializado que possa nos orientar sobre a forma e 
 
o principio ativo mais adequado para cada situação. As infestações podem vir por bactérias, fungos, vírus, ou 
 
parasitas. Todas elas se transmitem das mais diversas formas e cabe a nós bloquearmos a entrada destes seres 
 
aos nossos planteis. Medidas preventivas existem inúmeros aliados na prevenção de doenças infectocontagiosas para tentarmos prevenir "surpresas desagradáveis". Alguns extremamente simples, outros de  alta 
 
tecnologia. 
 
Vejamos algumas delas que consideramos interessantes: 
 
Renovação do ar
 
O simples fato de renovarmos o ar do nosso criatório, será de por si só, um grande aliado. Onde existe uma 
 
super população de indivíduos, também existirá uma superpopulação de microorganismos por eles gerados. Se 
 
deixarmos o ar confinado, esses microorganismos aumentarão a sua concentração de forma perigosa e 
 
preocupante. A renovação do ar é uma forma simples  de "varrermos" o ar contaminado do interior das 
 
instalações permitindo a entrada de ar puro isento de microorganismos indesejados. 
 
Entrada do sol
 
O sol é um germicida eficaz e reconhecido, alem de  ser fundamental fonte de energia, favorecimento da 
 
absorção da vitamina D, etc. Higiene
 
De fundamental importância, este tema é extremamente complexo e de larga abrangeria. A eliminação dos 
 
germes de forma direta, eliminando sujeiras, materiais orgânicos, etc. Esta pratica pode ser feita com inúmeros 
 
produtos desinfetantes existentes na praça, mas deve se tomar extremo cuidado no sentido de que muitos deles 
 
apresentam toxicidade para as aves. 
 
Vestiário
 
O nosso vestiário, mãos, cabelos, etc., são verdadeiros portadores de microorganismos. Resulta para nós 
 
criadores, muito difícil a realização de uma assepsia completa antes de entrar no canaril. De todas formas 
 
resulta fundamental a utilização de pediluvio para desinfeção da sola dos sapatos, e a desinfeção das mão antes 
 
da entrada no criatório. 
 
Vacinação
 
Existe uma doença especificamente transmitida por vírus (canari pox) chamada popularmente de bouba que
 
pode ser prevenida vacinando todos os animais anualmente. Considerando que é contra-indicada a sua 
 
aplicação em filhotes com menos de 60 dias, geralmente é aplicada quando os últimos filhotes chegam a essa 
 
idade. 
 
Quarentena
 
Quando ingressamos reprodutores trazidos de fora, além de novas características genéticas, podemos estar 
 
trazendo novos germes que possam afetar nossos planteis, de forma que resulta recomendável uma fumigação, 
 
e coloca-los numa instalação separada que nos permita observar seu estado de saúde por aproximadamente 30 
 
dias e tomar as devidas medidas caso verifiquemos alguma anormalidade na saúde deles. Esta quarentena 
 
também pode ser utilizada para isolar exemplares do nosso plantel com problemas de saúde. 
 
Estas são apenas algumas das medidas que poderão evitar dores de cabeça, despesas desnecessárias, uso 
 
incorreto de medicamentos, e finalmente, a morte dos nossos pássaros que tanto nos desanima. O uso de 
 
antibióticos, antimicóticos, etc. nunca está descartado, mas sempre sendo o último recurso e com o 
 
acompanhamento de pessoas profissionalmente capacitadas para indicar o produto certo, dosagem, etc. Boa 
 
sorte!
 
Por 
 
Álvaro Blasina