Historia do CURIÓ

 

 
HISTÓRIA DO CURIÓ
 
Existem várias versões sobre a origem do curió. Uma delas muito interessante é que vieram alguns exemplares nos navios que traziam escravos de Angola e Gabão, pois eles gostavam muito deste pássaro, e ao chegar no Brasil, houve uma perfeita adaptação ao nosso clima e vegetação, difundindo a raça por todo o país.
A versão mais afirmada é de ser um pássaro nativo brasileiro.
Já foram encontrados por pesquisadores no México, Equador, Bolívia, Paraguai e Argentina.
Em 1766, o curió recebeu o nome científico por LINAEUS DE ORYZOBORUS ANGOLENSIS equivocadamente, pois foi assimilado a um pássaro de Angola com características bem parecidas.
Há mais de 2 séculos o curió vem carregando o seu nome científico diferente do real pois em 1944 o ornitólogo Olivério Pinto, o classificou como sendo um pássaro brasileiro de origem do Estado da Bahia.
Os pesquisadores muitas vezes batizavam as aves com seus nomes científicos, analisando somente material colhido, principalmente peles, penas, bicos, ou em peças levadas por caravelas ou navios para a entrada na época deixando de lado, atitudes comportamentais da mesma, tais como alimentação, canto e etc.
Hoje nas matas devido à caça predatória, desmatamento descontrolado, grandes áreas de cultivos, urbanização de áreas, o curió praticamente deixou de existir na maioria das regiões em outrora habitada por esta magnífica ave,
Temos acompanhado, porém o grande sucesso dos criadores tido como amadores em seus registros, mas verdadeiros profissionais em seus resultados devido ao amor, dedicação que praticam essa atividade muitas vezes abdicando-se até mesmo do lazer, nos fins de semana, preocupados com a ninhada que recém nasceu, se a fêmea está alimentando, se vai dormir no ninho, e etc.
Alguns criadores conseguem marcas incríveis chegando a produzir 6 a 7 filhotes fêmeas – Estas marcas são alcançadas por aqueles que criam com poucas matrizes – A medida que aumenta o número de aves, o resultado normalmente diminui.
Graças a tal dedicação de tantos amantes desta ave, é que passa longe de qualquer hipótese de extinção, pois cresce a cada dia os aficcionados, e pessoas interessadas em montar criatórios, por simples simpatia, ou mesmo visando como um negocio que, quando bem administrado, é lucrativo.
 
Curiosidades sobre o curió:
 
Cabe salientar que existe uma “sub-espécie” que chamam de setentrional cujo nome cientifico é ORYZOBORUS ANGOLENSIS TORRIDUS (Curió do Norte) caracterizado por um tamanho menor, a cauda um pouco mais curta, o bico um pouco mais fino, e sua plumagem opaca, e sem força no canto, de pouca apreciação pelos passarinheiros, pois o seu Biótipo físico o impede de assimilar o canto Praia e outros apreciados, ou ainda de ser um curió valente o suficiente para participar de um torneio de Fibra
A alimentação nativa do curió é o capim navalha (tiririca), que abunda nas regiões próprias de seu habitat, porém com a chegada dos colonizadores portugueses trazendo o arroz originário da China formando assim lavouras, a ave adaptou-se muito bem a este alimento, principalmente quando em fase de amadurecimento.
Em regiões de lavoura de arroz, tais como no sul do país, os curiós eram de grande população e atacavam as plantações no intuito de se alimentar.
 Os curiós sempre habitaram as regiões alagadas, de árvores pequenas e afastadas, e justamente estas regiões são as mais propícias para o cultivo de arroz concluímos assim que o curió teve seu habitat usado para este tipo de agricultura e acabou por tornar-se um grande apreciador dessa semente.
Informação retirada da Revista Passarinheiros & Cia n. 11 Abril/2001 – publicada por Edilson Guarnieri – Origem do Curió.
 
Características 
 
O nome do Curió significa na linguagem indígena " Amigo do homem ". O Curió também é conhecido em algumas regiões como Avinhado.
Tamanho: 14 cm
Cores e variedades: Quando filhote o curió é marrom, quando adulto ele fica com as penas do peito e da barriga na cor de vinho, e as penas das asas, do rabo, da costa, da cabeça e do pescoço, na cor preta, tendo nas asas uma pequena faixa branca medindo aproximadamente meio centímentro de comprimento, por 2 milímetros de largura.
 
Tempo de vida: Na natureza pode viver de 8 a 10 anos, em cativeiro, se bem cuidado, pode chegar a viver de 20 a 30 anos.
 
Canto: Já foram encontrados mais de 128 cantos diferentes no Brasil, os mais populares e conhecidos pelos passarinheiros são o canto Praia Grande, o canto Paracambi, o canto Uberaba, o canto Vi te teu, e o canto Mateiro “que é o canto natural do pássaro”.  Esses 5 tipos de canto são os mais conhecidos.
 O canto do Curió é comparado ao som do violino.
 O curió é um excelente cantor, além de ser um imitador nato, por isso, não se deve criá-lo com outras espécies de pássaros, pois certamente ele aprenderá o canto delas, perdendo assim a pureza de suas notas musicais características. O melhor tempo para o curió aprender a cantar é quando filhote, de 40 a 90 dias, podem começar a churriar e querer dar suas primeiras cantadas. 
 
O Ideal é colocar o pássaro para escutar o canto de um outro curió já cantador, hoje em dia são utilizados fitas e CD’s com o canto. É possível também fazê-lo aprender depois de velho se ele for cabeça mole (nome dado pelos criadores, um curió que ao escutar um canto diferente do seu, aprende a cantar).
 Você pode encontrar discos contendo gravações de canto de curió, especiais para o treinamento de filhotes e aperfeiçoamento do canto de curiós adultos.
 
Alimentação
 
Sementes: As sementes deverão constar na alimentação diária em todas as fases da criação. Sempre forneça Alpiste, Painço branco, Painço verde, Arroz em casca. Poderá ser acrescentado também Perla, Niger , Aveia , Girassol e Cânhamo.
As sementes são uma das maiores fontes de doenças de um plantel, pois se armazenadas incorretamente ou ficarem velhas geram fungos ( micotoxinas ), deverão ser adquiridas de um fornecedor conhecido e que tenha boa rotatividade nas vendas para garantir sementes novas . Não estocar sementes pôr mais de 30 dias.
 
Verduras e Legumes: As verduras podem ser (almeirão,chicória espinafre,atalonia  e legumes ( milho, abobrinha, jiló ) poderão ser dados ocasionalmente durante todas as fases da criação. O grande cuidado a se tomar são com as verduras, pois deverão ser bem lavadas.
 
Farinhada: A farinhada pode ser encontrada facilmente em lojas especializadas em aves e pássaros, e deverá ser dada de 2 a 3 vezes pôr semana no período de manutenção e diariamente no período da muda de penas e reprodução. Não deixar a farinhada disponível pôr mais de 6 horas, pois ela se deteriora. Cuidado para não deixar as aves obesas, pois elas dificilmente procriam quando muito gordas.
 
Areia: Os criadores sabem que as aves em geral não possuem dentes. Como nos curiós, o processo de digestão ocorre quando os músculos da moela se contraem triturando os grãos de alimentos ingeridos; e é nesse processo que a areia desempenha um papel fundamental. É a areia que permite a "trituragem" que antecede à digestão e proceda de maneira completa, permitindo que a ave possa extrair do alimento todo o seu valor nutritivo. A areia que é ingerida pela ave vai para moela, fazendo às vezes dos dentes, ajudando a trituragem e digestão dos alimentos. Por esta razão o curió deve sempre ter à sua disposição areia própria para pássaros.
A areia deve permanecer diariamente, pois as aves saberão quanto e quando se alimentar.
 
Confinamento
 
 
As gaiolas utilizadas para colocar o curió são gaiolas de madeira ou aço, porém as gaiolas de madeira são mais indicadas. Se você deseja criar, pode ser utilizadas gaiolas criadeiras tanto de madeira como gaiolas de aço.
 Os tamanhos das gaiolas para se manter um curió podem variar, porém devem ter no mínimo 45 cm de comprimento por 50 cm de altura por 25 cm de largura. Geralmente lojas especializadas já têm esse tamanho padronizado com números. A gaiola de curió deve ser no mínimo numero 4, quanto maior melhor. Os tamanhos mais utilizados são n°5 e n°6.
Reprodução
 
Identificação: O macho possui a cor preta e vinho. A fêmea é toda na cor marrom.
 
 
 
Gaiolas & Ninhos: A gaiola para criação de curió deve ter no mínimo 80 cm comprimento, 40 cm de altura e 30 cm de largura. O ninho para criar curió deve ser feito de bucha natural de preferência ou com juta (uma fibra igual a encontrada em sacos de café), com 7 a 8 centímetros. O ninho deve ser colocado no lado superior esquerdo na maioria das vezes, porem isso fica a seu critério. Um enfeite plástico de uma planta deve ser fixado ao lado do ninho para dar mais sensação de segurança para a fêmea. Veja as fotos.
 
Acasalamento: A fêmea deve estar sozinha na gaiola de criação, e o macho em outra gaiola não necessariamente de criação. Passe com a gaiola do macho na frente da gaiola da fêmea, se a fêmea pedir gala o macho deve ser solto na gaiola criandeira junto com a fêmea. A partir daí o macho e a fêmea irão acasalar. Observe o momento da gala que pode demorar apenas alguns segundos e após a gala retire o macho.
Um detalhe que devemos salientar é que a fêmea pode vir a bater no macho após a gala. Por esse motivo, criadores profissionais utilizam gaiolas especiais para acasalar. Uma chamada de gaiola galadeira, é utilizada para fazer o acasalamento, essa gaiola fica acoplada na gaiola criadeira da fêmea e assim quando acopladas, uma pequena abertura na gaiola do macho e da fêmea permite ao macho no momento que a fêmea pedir gala ele vá sozinho para a gaiola da fêmea e ao terminar a gala ele volta sozinho para a sua gaiola, porque a fêmea irá ficar agressiva após a gala.
 
 
Postura & Nascimento: Os Curiós botam na média de 1 a 3 ovos por postura, porém normalmente botam 2 ovos. Dificilmente botam 3 ovos.
Alimentação: Farinhada, milharias, tenébrios almeirão.
Autor/Colaborador – informações enviadas por Dante Daniel Testa
FONTE:
https://www.clubedocriador.com/
 
ESPÉCIE DE CURIÓS
 
São três espécies conhecidas. O mais exótico é o Oryzoborus Angolensis Funereus( presente da Venezuela até o México), o Oryzoborus Angolensis Torridus (típico do norte do Brasil e ligeiramente menor) e o Oryzoborus Angolensis (existentente do México à Argentina). O Angolensis é o de maior interesse, por suas qualidades canoras e fibra.
 
 
O Museu de História Natural de Louisiana, EUA, empreendeu analise de DNA das 3 espécies conhecidas de curiós, o Oryzoborus Angolensis Funereus, o Oryzoborus Angolensis Torridus e o Oryzoborus Angolensis, comprovando suas descendências dos mesmos ancestrais comuns e a origem nas Américas. O MHNL encaminhou proposta à Confederação Ornitológica Mundial para a unificação das três em uma única espécie, dada a mestiçagem espontânea ocorrida entre elas na natureza, mas essa foi rejeitada.
 
 
Já pôde ser encontrado em todas as regiões da América, do México à Argentina, com maior concentração na zona litorânea. A destruição de seu habitat e a caça predatória causaram o seu desaparecimento de algumas regiões e a redução das populações nativas nos locais onde ainda pode ser encontrado em vida livre. Sua reprodução em ambiente doméstico, iniciada há mais de 50 anos, encontra-se muito desenvolvida e já garante a perpetuação da espécie.
A habilidade para aprender e incorporar notas ao seu canto, com voz suave, que permite comparação com o som do violino, levou a identificação de mais de uma centena de dialetos regionais, sendo os mais importantes o Praia Grande do litoral paulista, o Paracambi do Rio de Janeiro, o Vitéu da Bahia, o ViViTeTeu de Pernambuco, o VoVôViu de Alagoas, o Timbira do Maranhão e o Canto Florianópolis de Santa Catarina.
Pode viver em ambiente doméstico por mais de 30 anos. Apresenta coloração parda amarronzada até chegar à idade adulta, quando adquire a plumagem negra na cabeça no pescoço e nas asas. Nas asas apresenta uma pinta branca, chamada de mosca da asa pelos seus admiradores. No peito e no ventre adquire uma coloração avinhada, que lhe valeu o nome popular de avinhado.
As fêmeas permanecem pardas por toda a vida, variando um pouco a tonalidade de sua plumagem.
Com mais de meio milhão de criadores cadastrados no IBAMA, o curió é o pássaro de nossa fauna nativa mais presente nos lares brasileiros.
Sua reprodução em ambiente doméstico está facilitada por mais de 40 anos de seleção. É possível, ao que se inicia na atividade, adquirir pássaros com genealogia conhecida há muitas gerações, podendo optar por descendentes de ícones do canto clássico ou da fibra, conforme sua preferência.
A essa possibilidade se somam inúmeros recursos disponíveis nas lojas especializadas, como rações, misturas balanceadas de sementes, suplementos, simbióticos, medicamentos, ninhos e gaiolas com diversidade de modelos e todo o aparato empregado no ensinamento do canto desejado.
 Com um pouco de estudo, alguma organização e muito carinho, a reprodução dos curiós está ao alcance de quem desejar dedicar-se a atividade.
Os curiós apreciam a companhia do homem, desenvolvendo grande afeição pelas pessoas que lhe dão atenção.
 
Gostam de passeios de carro e caminhada ao sol com a gaiola na mão.
 
 
 
 
 
Ajustam-se facilmente a qualquer rotina de manejo que não seja absurda. Onde há higiene e boa alimentação, são pássaros muito resistentes as enfermidades, ativos e cantadores.
 
 
FONTE: www.cantoefibra.com.br/